07 março 2007

Onde aplicar seu dinheiro

Mudança na TR: questão técnica ou acomodação ao setor financeiro?

Por: Equipe InfoMoney
07/03/07 - 13h40
InfoMoney

SÃO PAULO - A recente decisão do Conselho Monetário Nacional (CMN) em alterar o cálculo da Taxa de Referência (TR) e, conseqüentemente, reduzir a rentabilidade das aplicações na caderneta de poupança em um futuro próximo, deve ser encarada sob dois ângulos distintos.

Por um lado, a forma atual de cálculo da TR traz uma distorção, pois não mediu o efeito de uma tendência de rápida redução de juros, como a atual. Em contrapartida, a decisão do CMN também mostra o quanto o governo mostrou flexibilidade frente às demandas do setor financeiro, preocupado com a perda de competitividade relativa dos fundos de investimento.

Fórmula distorcida
Um ponto que deve ser levado em consideração é que a fórmula de definição da TR não está preparada para uma rápida queda nos juros. Um exemplo é o fato de que a tabela que determina qual será o redutor adotado (parte da fórmula de cálculo) não considera, segundo informações confirmadas pelo próprio Banco Central, valores da Taxa Básica Financeira (TBF) abaixo de 11% ao ano.

Ou seja, se a rentabilidade média dos CDBs/RDBs de prazo de 30 a 35 dias corridos, emitidos por uma amostra composta pelas 30 instituições financeiras com maior volume de captação desses papéis, ficar abaixo de 11% ao ano, a atual metodologia de cálculo da TR deixa de funcionar. Isso mostra que o ajuste realizado recentemente apenas ameniza a situação de curto prazo, já que, se os juros seguirem em queda no futuro, nova resolução do CMN será necessária.

A decisão também levou em consideração que as aplicações da caderneta de poupança são isentas da tributação do Imposto de Renda, o que traz uma considerável vantagem relativa para a caderneta frente a outros investimentos, como CDBs ou fundos de investimento, por exemplo. Em função disso, uma forte redução dos juros poderia levar a um cenário no qual a rentabilidade da poupança ficaria muito próxima, em termos líquidos, do CDI.

Maior competitividade de outras aplicações
Por outro lado, alterar a forma de cálculo da TR é apenas uma das formas de modificar a atratividade relativa desta aplicação em relação a outros investimentos. No caso dos fundos de investimento, por exemplo, diversas das principais instituições financeiras brasileiras ainda cobram taxas de administração muito elevadas para produtos voltados para investidores com poucos recursos para investir.

Por exemplo, diversos fundos de investimento DI, voltados para investidores que não possam aplicar mais do que R$ 100 a R$ 500, cobram taxas de administração entre 4% e 5% ao ano. Esta taxa certamente prejudica de forma significativa a rentabilidade destas aplicações, que acabam se tornando menos competitivas do que a caderneta de poupança.

Nesta hora, mais do que somente reclamar da decisão do governo ou das altas taxas cobradas pelas instituições financeiras, o investidor de pequeno porte deve exercer seu direito de escolha, buscando alternativas de investimento mais atrativas. Uma dica: vale a pena analisar de perto as alternativas oferecidas pelo Tesouro Direto, que combinam baixo risco com rentabilidade interessante

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