28 dezembro 2007

Vida profissional: dupla gestão deve ser como um casamento

Por: Flávia Furlan Nunes
28/12/07 - 10h55
InfoMoney


SÃO PAULO - A hierarquia nas empresas parece um funil. Se existem diversos funcionários para fazer o trabalho mais mecânico, normalmente há apenas um executivo. Em alguns casos, porém, faz-se necessária a presença de outra pessoa para "tocar" os negócios. É neste momento que acontece a dupla gestão.

Quem pensa somente nas vantagens do cargo, como um excelente salário e mais liberdade, está se iludindo. Responsável por tudo aquilo que acontece na empresa, o presidente tem muito trabalho. Por isso, de acordo com o headhunter da Case Consultores, Ricardo Nogueira, quando as tarefas são muitas, é preciso chamar outra pessoa para ajudar. "Eles dividem as funções quando uma pessoa não dá conta. Deve ser como um casamento".

Conflitos
Segundo o headhunter, como são duas pessoas cuidando do negócio, podem acontecer conflitos de opiniões. "Mas as brigas são poucas porque quando o 2º presidente é contratado, o 1º tem que apoiar a decisão. A escolha também é feita por ele". As decisões devem ser tomadas em conjunto, sem que um rebata aquilo que o outro realizou. A dupla gestão precisa ser baseada no respeito.

Em alguns casos, os conflitos ainda são minimizados pelo fato de os presidentes dividirem as decisões. Numa empresa de publicidade, por exemplo, enquanto um fica responsável pelas finanças e administração, por ter o perfil mais conservador, o outro responde pelo marketing e produção, por ser mais arrojado.

Dupla gestão
Existem várias situações que levam à dupla gestão. Ela pode acontecer, segundo o headhunter, quando a empresa não está indo bem, sem que a culpa seja do presidente, e chama-se um consultor para ajudar a recuperar a situação. "Quando a empresa se recupera com o planejamento estratégico novo, o consultor continua na empresa e faz uma dupla gestão".

Outro ponto em que pode ocorrer a dupla gestão é quando existe uma pessoa muito boa na sucessão, que tem experiência suficiente, comportamento adequado e todos os requisitos para ocupar o cargo pela personalidade. "O objetivo, a partir daí, é que as decisões sejam tomadas em conjunto, em parceria. Eles devem pensar juntos e jogar juntos".

Sócios
A dupla gestão também ocorre quando a empresa é fundada por mais de uma pessoa: os sócios. Neste caso, tome cuidado com o profissional escolhido. Uma das premissas para o negócio dar certo é a harmonia. Ter os mesmos objetivos e saber discutir o momento de expandir ou quando parar devem ser decisões conjuntas. Por isso, o melhor é apostar em alguém com competência e de confiança.

A pessoa que dividirá um negócio com você deve ter habilidades que complementem as suas. Verifique a compatibilidade de gênios. Além disso, avalie as qualidades e defeitos do candidato, para saber lidar com eles.

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